Resumo:
A presença da intimidade na poesia é um tema frequente em Ana Cristina Cesar. O artigo analisa alguns procedimentos de escrita em seus poemas, buscando entender como ela constrói e sustenta a sensação de segredo a partir da deformação dos gêneros íntimos, como o diário e a carta. O objetivo é encontrar alternativas à dicotomia verdade X ficção, confissão X fingimento, e compreender o salto poético que seus escritos dão de uma intimidade empírica para uma intimidade literária – nem por isto menos intrincada com a vida e o real.
Autora: Annita Costa Malufe
Pós-doutoranda na PUC-SP/Fapesp e doutora em Teoria Literária pela
Unicamp, com o trabalho Poéticas da imanência: Ana Cristina Cesar e
Marcos Siscar (7Letras/ Fapesp, 2011). Publicou os livros de
poemas: Fundos para dias de chuva (7Letras, 2004), Nesta
cidade e abaixo de teus olhos (7Letras, 2007) e Como se caísse
devagar (Ed,34 e Secretaria de Estado da Cultura de SP, 2008). É
também autora do ensaio Territórios dispersos: a poética de Ana
Cristina Cesar (Annablume/ Fapesp, 2006).